Wednesday, April 18, 2007

"AUSTRÁLIA" - de Antonio Verissimo




AUSTRÁLIA



Eu sou petróleo

E tu arrancas-me brutalmente do mar

E fazes-me tua mina sem me perguntar


Eu sou petróleo

E tu sugas-me

Para te servir como força motriz

Semeias a discórdia

Ocupas o meu país

Achas que tenho de arder

Destróis o meu futuro em combustão

Ignoras que somos gente

Pensas ser meu dono e patrão

Enquanto ardemos na exploração

Que a gente sente

Até ás cinzas da maldição

2 comments:

Sítio do sol nascente said...

Caro Maracuja Maduro
Infelizmente António Veríssimo não podia estar mais correcto nas suas palavras, assim penso eu.
E também infelizmente, não consigo pensar numa maneira possível para nos livrarmos dos sugadores, exploradores e semeadores de discórdia, que não deixam Timor viver em paz.
Resta-nos a esperança, a fé num futuro melhor, onde o que é de Timor seja usado pelos timorenses que certamente por essa altura e nessa situação, já não terão mais fome nem viverão nas condições miseráveis de hoje.
No entanto, penso também que Timor e os timorenses têm que perceber de vez, que não é com conflitos mas sim com inteligência que poderão chegar a esse futuro que todos desejamos. O conflito será sempre um bom pretexto que os abutres encontrarão para nos dominar e não podemos permitir que isso aconteça.
cumprimentos

Anonymous said...

gosto sim deste poema do Antonio Verissimo. A sua forma prosaica como expulsa os sugadores dos bens de Timor sao ditas como devem ser.

E concordo com o sitio do sol nascente quando diz que o Coflicto sera um bom pretexto que os abutres encontrarao para nos dominar e nao podemos perrmitir que isso aconteça .