Monday, January 21, 2008

"OS CLICHÊS DA REVOLUÇÃO" de Abe Barreto Soares

Ascendemos a chama da luta!
Engolimos a amargura da derrota!
Anciamos a doçura da victória!

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1996-2007

Abé Barreto Soares

2 comments:

Anonymous said...

LIAFUAN SONA BORUS, LIAFUAN SONA KLEAN

Liafuan, kro'at liu tudik
Liafuan, meik liu surik

Liafuan, sona borus ita fuan
Liafuan, sona klean ita neon

Keta naran losu
Keta naran lekar
Keta naran kari
Keta naran tuda
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Janeiru 2008

Abé Barreto Soares

António Veríssimo said...

Olá meu caro Maracujá

Daqui lhe envio um grande abraço e aproveito para lhe deixar um poema de uma canção bem linda, como o poema também é.
Presumo que conheça esta linda canção de Rui Mingas.

MONANGABÉ

Naquela roça grande, não tem chuva,
é o suor do meu rosto, que rega as plantações;
Naquela roça grande tem café maduro e aquele vermelho-cereja,
são gotas do meu sangue, feitas seiva.
O café vai ser torrado,
pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.

Negro da cor do contratado!

Perguntem às aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga?
Quem traz pela estrada longa,
a tipóia, ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém,
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?

Quem?

Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer

Quem?

Quem dá dinheiro para o patrão comprar,
máquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?

Quem?

E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:

Monangambé...

Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras,
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído, nas minhas bebedeiras

António Jacinto(Poemas, 1961)

Musicado e interpretado por Rui Mingas