Este blog está aberto a todos os que de forma positiva queiram participar com algo que nos faça ter orgulho da nosso trabalho, das nossas raizes e acima de tudo da nossa existência como seres humanos.
Se é poeta, ensaista, contador de histórias, pois partilhe com os leitores do Timor de Norte a Sul.
Em Português, em Tetum ou em Inglês. Timor do Norte a Sul é seu....
Monday, January 21, 2008
"OS CLICHÊS DA REVOLUÇÃO" de Abe Barreto Soares
Ascendemos a chama da luta! Engolimos a amargura da derrota! Anciamos a doçura da victória!
Daqui lhe envio um grande abraço e aproveito para lhe deixar um poema de uma canção bem linda, como o poema também é. Presumo que conheça esta linda canção de Rui Mingas.
MONANGABÉ
Naquela roça grande, não tem chuva, é o suor do meu rosto, que rega as plantações; Naquela roça grande tem café maduro e aquele vermelho-cereja, são gotas do meu sangue, feitas seiva. O café vai ser torrado, pisado, torturado, vai ficar negro, negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem às aves que cantam, aos regatos de alegre serpentear e ao vento forte do sertão: Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga? Quem traz pela estrada longa, a tipóia, ou o cacho de dendém? Quem capina e em paga recebe desdém, fuba podre, peixe podre, panos ruins, cinquenta angolares "porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer e os laranjais florescer
Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar, máquinas, carros, senhoras e cabeças de pretos para os motores? Quem faz o branco prosperar, ter barriga grande - ter dinheiro?
Quem?
E as aves que cantam, os regatos de alegre serpentear e o vento forte do sertão responderão:
Monangambé...
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras, Deixem-me beber maruvo, maruvo e esquecer diluído, nas minhas bebedeiras
LIAFUAN SONA BORUS, LIAFUAN SONA KLEAN
ReplyDeleteLiafuan, kro'at liu tudik
Liafuan, meik liu surik
Liafuan, sona borus ita fuan
Liafuan, sona klean ita neon
Keta naran losu
Keta naran lekar
Keta naran kari
Keta naran tuda
--
Janeiru 2008
Abé Barreto Soares
Olá meu caro Maracujá
ReplyDeleteDaqui lhe envio um grande abraço e aproveito para lhe deixar um poema de uma canção bem linda, como o poema também é.
Presumo que conheça esta linda canção de Rui Mingas.
MONANGABÉ
Naquela roça grande, não tem chuva,
é o suor do meu rosto, que rega as plantações;
Naquela roça grande tem café maduro e aquele vermelho-cereja,
são gotas do meu sangue, feitas seiva.
O café vai ser torrado,
pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!
Perguntem às aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:
Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga?
Quem traz pela estrada longa,
a tipóia, ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém,
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?
Quem?
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar,
máquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?
Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?
Quem?
E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:
Monangambé...
Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras,
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído, nas minhas bebedeiras
António Jacinto(Poemas, 1961)
Musicado e interpretado por Rui Mingas