Monday, February 05, 2007

"Os Meninos do Huambo" - Poema de Rui Mingas(ANGOLA)

A primeira vez que ouvi este poema de Rui Mingas, foi atravez da voz do intérprete e compositor Português "Paulo de Carvalho". Ouvi e chorei! Idenfiquei o problema dos Meninos do Huambo com os dos Meninos de Timor-Leste . Chorei e continuo a chorar! Porque os meninos do meu país assim como também os meninos do Huambo ainda sofrem sofrem! ainda!...







Estes meninos não são do Huambo- Angola, são das montanhas de Timor-Leste e as suas vidas são de barriga vazia ... um inferno !.....

Os Meninos do Huambo - de Rui Mingas .



Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia

Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar

Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade

Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo

Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo

5 comments:

  1. Anonymous5:50 PM

    "Bon Voyage" to El Presidente


    MARI ALKATIRI ILIBADO
    DAS MENTIRAS DO XANANA
    O PRESIDENTE INFURIADO
    FOSTE UM GRANDE SACANA

    DESCULPAS SAO AGORA DEVIDAS
    E MUITA VERGONHA DEVIAS TER
    O HOMEM NUNCA TIROU VIDAS
    POR ISSO NADA TINHA A TEMER

    FAZ AS MALAS E EMBARCA
    LA PRA TERRA AUSTRALIANA
    TIMOR LESTE NAO PRECISA
    DE TAO GRANDE SACANA

    LEVA CONTIGO TEU AJUDANTE
    CHARLATAO RAMOS HORTA
    POIS SO DA PARA COMANDANTE
    A FRENTE DA TUA PORTA

    NAS TUAS FUTURAS ABOBREIRAS
    PODES USA-LO COMO ESTRUME
    TAMBEM REINADO SEM ESTRIBEIRAS
    TE DARIAM GRANDE PERFUME

    DESEJO-TE UMA BOA VIAGEM
    PARA TI E TUA COMPANHIA
    E ESPERO NAO SER SO MIRAGEM
    POIS SO ASSIM TIMOR TERA ALEGRIA

    Ze Cinico

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  2. Anonymous3:44 AM

    Maracujá :

    E porque a sua págima para mim considero um dos melhores do género envolvndo gentes de Timor-Leste como nós e dos nossos irmãos de Lingua Portuguesa , quero participar com algo que quanto a mim pode ser considerado um dos maiores poetas contemporaneos em Lingua Portuguesa.
    Manuel Alegre é um dos meus poetas preferidos.
    Tomei a liberdade de aqui incluir a biografia de Manuel Alegre assim como também o seu poema "
    "trovas do vento que passa"
    Biografia retirada da Enciclopédia Verbo na Internet

    MANUEL ALEGRE. Poeta e político português nasceu em Águeda no ano de 1936. Como político, distinguiu-se na oposição ao regime salazarista e marcelista, tendo conhecido o exílio. Após 1974 foi governante e deputado socialista. A sua poesia combina a intenção política com uma dimensão lírica influenciada pela poesia trovadoresca e quinhentista. Para além do tom épico, tem também grande musicalidade, o que faz com que seja muito cantada. Obras principais: Praça da Canção (1965), O Canto e as Armas (1967), Atlântico (1981) e Com Que Pena, Vinte Poemas para Camões (1992).



    Poemas de Manuel Alegre foram musicados e cantados desde a publicação do seu primeiro livro. Antes do 25 de Abril, foi musicado e /ou cantado pelos nomes mais representativos da canção de resistência, como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Luís Cília, Manuel Freire, José Niza, mas também por grandes guitarristas de Coimbra, como António Portugal e António Bernardino. Alain Oulman musicou poemas seus para a voz de Amália Rodrigues. Gravou poemas acompanhado pela guitarra de Carlos Paredes. Posteriormente, está representado em Portugal nas vozes de João Braga, Paulo de Carvalho, Vitorino, Janita Salomé e muitos mais. No Brasil, foi musicado e cantado por Maria Bethânia e em Espanha pelo grupo galego “Fuxan os ventos”.


    «Trova do Vento que Passa»

    Pergunto ao vento que passa
    notícias do meu país
    e o vento cala a desgraça
    o vento nada me diz.

    Pergunto aos rios que levam
    tanto sonho à flor das águas
    e os rios não me sossegam
    levam sonhos deixam mágoas.

    Levam sonhos deixam mágoas
    ai rios do meu país
    minha pátria à flor das águas
    para onde vais? Ninguém diz.

    Se o verde trevo desfolhas
    pede notícias e diz
    ao trevo de quatro folhas
    que morro por meu país.

    Pergunto à gente que passa
    por que vai de olhos no chão.
    Silêncio -- é tudo o que tem
    quem vive na servidão.

    Vi florir os verdes ramos
    direitos e ao céu voltados.
    E a quem gosta de ter amos
    vi sempre os ombros curvados.

    E o vento não me diz nada
    ninguém diz nada de novo.
    Vi minha pátria pregada
    nos braços em cruz do povo.

    Vi minha pátria na margem
    dos rios que vão pró mar
    como quem ama a viagem
    mas tem sempre de ficar.

    Vi navios a partir
    (minha pátria à flor das águas)
    vi minha pátria florir
    (verdes folhas verdes mágoas).

    Há quem te queira ignorada
    e fale pátria em teu nome.
    Eu vi-te crucificada
    nos braços negros da fome.

    E o vento não me diz nada
    só o silêncio persiste.
    Vi minha pátria parada
    à beira de um rio triste.

    Ninguém diz nada de novo
    se notícias vou pedindo
    nas mãos vazias do povo
    vi minha pátria florindo.

    E a noite cresce por dentro
    dos homens do meu país.
    Peço notícias ao vento
    e o vento nada me diz.

    Mas há sempre uma candeia
    dentro da própria desgraça
    há sempre alguém que semeia
    canções no vento que passa.

    Mesmo na noite mais triste
    em tempo de servidão
    há sempre alguém que resiste
    há sempre alguém que diz não.

    Manuel Alegre

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  3. Anonymous3:58 AM

    AH MARACUJA PLANTA EXOTICA
    DE FOLHA AMARGA COMO O FEL
    A TUA FLOR E MESMO EROTICA
    E O TEU FRUTO DOCE COMO O MEL.

    Com os meus agradecimentos por ter publicado "Bon Voyage" to El Presidente

    Ze Cinico

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  4. O poema "Os Meninos do Huambo" é do poeta angolano Manuel Rui Monteiro e não de Ruy Mingas.

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  5. O poema não é de Ruy Mingas. A música, sim. O poema é de Manuel Rui Monteiro. Escritor e poeta angolano, autor da letra do Hino de Angola.

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